domingo, 30 de outubro de 2016

" Após longo combate do amor para sobreviver, morreram.


Após longo combate do amor para sobreviver, morreram. E então, fez-se silêncio. Silêncio árido, denso, amargo; daqueles de enlouquecer os feridos. Aquele silêncio de cemitério, de campo de batalha em que viveram suas mágoas e trincheiras. Eles resistiram e se carregaram, até abrirem mão. Não se sabe se sucumbiram ou se renderam a este silêncio. Silêncio de não mais ver os olhos e de não saber da pele. Cobranças cortaram, lembranças traíram, nas noites se odiaram e na manhã refizeram-se, mas não puderam, não aguentaram. E quando menos esperavam, quando aguardavam o perdão e a renúncia dos erros num amanhã ilusório de paz; tombaram de exaustão, sem fôlego, de solidões partilhadas e interrogações infindáveis. Morreram sem saber viver; viveram sem saber amar. Acreditaram sem poder seguir. Pela gastura dos laços e dos frágeis alicerces da relação, um mero sopro os derrubou. Um tropeçar ingênuo que os atirou ao precipício. Uma farpa qualquer que os rasgou em sangue o peito.
Quando mentira foi uma verdade imprevisível, morreram de sopro no coração. 

Guilherme Antunes.


Tenha cuidado com os manipuladores.

Tenha cuidado com os manipuladores. Eles se fazem de coitadinhos para conseguirem o que querem: essa é uma de suas armas para seduzir suas presas. Se não fosse assim, ninguém se sensibilizaria nem acabaria entrando em seus "Jogos Mortais"! Não se sinta culpado, se já foi enganado por alguém assim: tem pessoas bem articuladas que passam a vida se especializando nessa arte do mal. É perigoso idolatrar, confiar de olhos fechados, e comprar briga desses tais "sofredores"; pois quando menos perceber, já não se reconhece mais, e o outro conseguiu fazer o que queria com você. A partir daí, se converte em um fantoche e fica vulnerável para tudo, inclusive para cometer injustiças por condenações induzidas e no final acaba se tornando uma pessoa tão horrível quanto seu algoz. Desconfie de muita historinha triste, do tipo: "o mundo inteiro está contra mim!". Se está mesmo, não é por acaso! Toda cautela é pouca, pois você pode se tornar um soldado de um exército em que o objetivo é um só: destruir tudo o que vê pela frente; nisso, nem você será poupado. Mesmo sendo um aliado, uma hora você se tornará alvo, pois é isso que um manipulador sempre irá te transformar!
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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

O que te tortura emocionalmente?

O que te tortura emocionalmente?
Saber que a pessoa que jurou ficar contigo a vida inteira, está fazendo as juras de amor que eram tuas, para outra pessoa.
Saber que o teu projeto de vida, que os teus sonhos e todos aqueles planos, se transformaram em decepção e porquês na tua cabeça.
Saber que daquilo tudo vivido intensamente, não sobrou nem um pouco de consideração pra te poupar do mínimo de sofrimento.

Sei que essas palavras duras te ferem, mas são necessárias, pelo menos pra tu entenderes que tu és carta fora do baralho nesse jogo.
E o que tu ganhas querendo te atualizar da vida dele dia e noite, te lamentando para os parentes, sendo repetitiva e chata com os amigos, ouvindo as músicas que marcaram a história de vocês, indo aos mesmos lugares que iam juntos e fazendo várias retrospectivas dos melhores momentos de vocês, hen?
Bônus pra jogar fora mais vida?
Fichas que nunca caem, oferecidas pela família dele?
Medalha de honra e mérito de pobre coitada, dada pelos amigos?
Troféu de melhor infladora de ego de todos os tempos, recebida por ele?
Cinturão de perdedora disputada por ti mesma?

Esse é o prêmio que tu queres pra tua vida? Uma merda de carência que te cega e que camufla falsas esperanças com possibilidades?
Te levanta desse chão imundo mulher! Aí, tu só vais encontrar quem possa te pisar ainda mais, sai dessa condição de pobre coitada, ninguém vai parar pra te dar amor dentro de um saco de esmolas. Limpe-se dessa lama podre, tome um banho de capacidade e acredite mais em você.
Tu és melhor e maior do que toda essa fuleiragem emocional.
Entenda que luta por felicidade não é brigar por alguém que só atormenta a tua vida.
Vencer, não é conseguir de volta aquele traste que não te respeita, que não te passa segurança, que te humilha e que não te valoriza.

_ Não adianta ele ser bom no picadeiro, ser bom malabarista na cama, se ele te faz de palhaça em qualquer palco da vida.
Abracadabra! Tire inteligência dessa cartola mulher! E não carência da periquita. Manobras e piruetas sexuais viraram ilusionismo na sua vida. Ele te largou num passe de mágica, motivo suficiente pra tu sumires da vida dele. Sai dessa jaula de leões, vai domar a tua dignidade.
Sabe porque o teu coração está sendo depenado por ele? Porque TU te recusas a libertá-lo de uma gaiola emocional chamada inconformismo.
Olha quantas histórias de superação existem. Conheço muitas que já passaram pela mesma situação que a tua, e hoje estão felizes ao lado de alguém compatível com a sua felicidade.

Então seja mais um número na estatística das que se superaram, e hoje nem conseguem acreditar que algum dia já perderam vida sofrendo por perdas desnecessárias pra vida.
O circo acabou, agora lava essa cara, pinta uma nova mulher nesse semblante, suba no palco da vida e diga: Respeitável público, eu vós apresento uma nova mulher, numa nova fase e com um novo coração.
O teu espetáculo não pode parar, porque o teu amor-próprio quer te aplaudir, e de pé.
A tua autoestima quer gritar lá da plateia: lindaaaaaa, gostoooosaaa, maravilhosaaaaa, eu sabia que tu eras capaz de dar uma cambalhota na tua vida.
Vai dar teu show!
____ Keila Sacavem
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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Das coisas que eu aprendi...

Das coisas que eu aprendi...
Com os anos eu aprendi que nada é para sempre, nem a felicidade nem o sofrimento. Que a vida dá voltas sim, mas sempre será possível começar de novo.
Que a dor da perda precisa ser vivida, que com o tempo as feridas cicatrizam, que não posso mudar os fatos do meu passado e que ele sempre será parte de quem eu sou, mas que um sonho morto precisa ser enterrado, abrindo espaço para que nasça outro em seu lugar.
Aprendi que as crises precisam ser tratadas com serenidade. Que o mundo não acaba com pouca coisa e que sempre é tempo de recomeçar. Que o amadurecimento anda de mãos dadas com a dor e é uma longa estrada a ser percorrida, cheia de erros e acertos, muitas quedas e muitos momentos imperfeitos.
Entendi que cuidar do meu corpo é um jeito de cuidar da minha mente e do meu equilíbrio. E que dá resultado. E decidi continuamente buscar a minha melhor versão, por mais que isso doa, e que ela será sempre a mais verdadeira e, com ela, escolhi me apresentar ao mundo.
Que o outro precisa ser cuidado com compreensão e respeito. Que amigos devem ser cultivados e que um bom amigo é um tipo de família. Mas entendi que preciso ficar só de vez em quando. Que só no recolhimento consigo me organizar e me reerguer.
E, finalmente, eu entendi que, a vida pode ser leve, que nem sempre o mundo será justo, que nada substitui a paz de espírito, que me priorizar também pode ser um ato de amor, que prazer não é pecado, que um amor tem que ser cuidado, que eu nunca vou poder controlar o outro, que devo exigir respeito aos meus limites, que nem sempre terei as respostas de que necessito, que sempre terei mais dúvidas que certezas e mais medo que coragem.
Que cometo os mesmos erros que todo mundo, mas que tenho capacidade de lidar com eles. Que ainda vou continuar errando sempre, mas não preciso me culpar por isso, porque afinal, ainda há muitos erros a serem cometidos, e muito a ser aprendido.
E isso é o máximo!
Eu Precisava Dizer Isto.

De tornar-me quem sou..

De tornar-me quem sou...
Muitas vezes visito este outro ser que me habita para um encontro cara-a-cara. Este ser que sou eu, e de quem muitas vezes me afasto.
Ele me convida para um café enquanto jogamos conversa fora. E vamos nos entrosando assim, aos poucos, a cada dia que passa nos tornando mais íntimos.
Este outro ser que me habita, de quem muitas vezes me aproximo, e a quem outras vezes abandono, me fala de quem eu sou. Das minhas dores, dos meus medos, das minhas dúvidas. E me conta das minhas fugas, das minhas carências, dos meus tantos abandonos.
Nem sempre o que eu ouço me agrada, e sem saber como lidar, prefiro deixá-lo. Às vezes, mais compreensivo, me aconchega em seu colo, me pede calma e serenidade.
Ele me conta da criança desamparada. Da menina triste. Da moça solitária. E também da mulher, tumultuada e confusa, mas cheia de energia e vida.
Nesta visita a este outro ser que me habita, e somente lá, em mim mesma, encontro as respostas às minhas perguntas e a força para me lançar em minhas buscas.
Em meio a um pedaço de bolo com chá de hortelã.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Eu demoro para cansar, principalmente quando eu gosto.

Eu demoro para cansar, principalmente quando eu gosto, mas quando eu canso, não tem volta. 
E geralmente não são as grandes atitudes que abrem os meus olhos, mas a sutileza dos pequenos gestos e tudo aquilo que não é dito, mas grita nas entrelinhas. 
E aí meu deixo levar pelo cansaço, decretando o meu silêncio, despertando a minha cautela e mantendo a minha intuição em alerta.
Infelizmente, por mais que exista um grande sentimento de carinho e de admiração, as relações vão se enfraquecendo aos poucos quando a gente se depara com certas contradições, ausências e falhas. 
Erros são inevitáveis, é claro, mas alguns ficam falando baixinho no nosso ouvido: "não seria assim se realmente se importasse com você".
E a parte difícil de lidar com essas situações (além de ser algo que magoa, obviamente) é que certas coisas são naturais quando queremos o bem de alguém, por isso não adiantaria falar ou tentar "resolver"... se as coisas mudassem, provavelmente não seria algo espontâneo, pelo contrário.
E então você vai percebendo que não tem outro jeito: é preciso aprender a filtrar o que você pode compartilhar, com quem você deve contar e, principalmente, quando é o momento de se preservar.
Certamente, o número de presenças cai quando você decide deixar somente quem vale a pena, quem realmente está com você em qualquer circunstância, mas fazer esta escolha é também uma prova de que você está mais próxima de si mesma, dando espaço apenas ao que acrescenta e ao que merece fazer parte da sua vida. :* :)
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terça-feira, 11 de outubro de 2016

AQUI ESTÁ A GRANDE VENCEDORA DO 31º CAMPEONATO NACIONAL DE ESCRITA CRIATIVA:

E AQUI ESTÁ UM DOS TEXTOS PRODUZIDOS PELA AUTORA AO LONGO DA PROVA:
“Orgulho, vaidade, despeito, rancor, tudo passa, se verdadeiramente o homem tem dentro de si um autêntico sonho de amor”.
A mulher amachucou o papel entre os dedos frágeis e manchados pela idade e suspirou. Levara uma vida para se desembaraçar daquela carta e daquela maldita sensação de que estragara tudo. Tudo. Uma vida. Longa, pesada, mascarada. Uma vida que atravessou a nado, em círculos. Podia ter sido tudo tão diferente. Podia ter sido noutro-lugar-qualquer. Bastava que não os tivesse visto de cabeças juntas. Bastava que não tivesse ouvido a gargalhada, que ainda lhe ensombrava os sonhos. Podia ter sido tudo tão diferente. Bastava ter ouvido a explicação. Não quisera ouvir nada. Desmanchou o noivado, mudou de cidade, de nome, dormiu numa cama de lençóis de orgulho, vaidade, despeito, rancor. Não ouviu ninguém. E sofreu. Sofreu. Calada. A remoer o orgulho, a vaidade, o despeito, o rancor. Casara. A vida não lhe dera filhos. E o amor perdera-se naquela gargalhada lá-longe. E ela fora infeliz. E esquecera-o. Mas, onde se esquecera dele, ele tornara-se pensamento. E ela vivera nesse lugar, entre o lá-longe, quase-às-vezes e o não-aqui. O orgulho, a vaidade, o despeito, o rancor como únicos companheiros de viagem. Hóspede de sonhos que não viveu, as suas raízes noutro-lugar-qualquer, vivera entre horas fracturadas, à procura das estrelas que já não habitavam o seu olhar e de um pássaro tardio que lhe dissesse que o lá-longe ia mudar-se para o aqui-e-agora. Não era verdade. Sabia-o agora. Soubera-o sempre. O orgulho, a vaidade, o despeito, o rancor levaram-na a um lugar de não-regresso. Um lugar de silêncios, um lugar que é um lugar nenhum, onde os sonhos de amor não cabem. Acariciou o gato, com gestos lentos, encolheu os ombros e agasalhou-se no orgulho, na vaidade, no despeito, no rancor. Há lugares de onde nunca se regressa.
Escritora Isabel Loureiro, 56 anos,

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Os ponteiros acusam: a hora escorre pelos dedos.


Os ponteiros acusam: a hora escorre pelos dedos. A terra gira mais rápido. As folhinhas do calendário viram depressa demais. Quando percebemos, no caos que nos rodeia, estamos no meio de um plano inacabado, com a ansiedade no colo (e uma lista interminável de insatisfação nas mãos). O resultado? Ansiedade! E uma aflição no peito que não nos deixa parar.
Queremos ser mais rápidos. Mais produtivos. Mais felizes. Mais jovens. Mais conectados. QUEREMOS SER MAIS SEMPRE.
A verdade é que não há nada de errado em se aperfeiçoar, muito menos em querer ser melhor. A vontade vira problema quando nos tornamos vítimas da nossa própria pressa. E a ansiedade, ao invés de mola, se torna fardo diário na vida da gente. Estou errada? Creio que não. Surgem versões atrás de versões, upgrades diários, tanta novidade que a memória não consegue lembrar o número do nosso próprio telefone.
E a gente passa a vida correndo. Calculando. Somando. Tentando. Esquecendo que, no fundo, a vida é um grande clichê, e as coisas que REALMENTE fazem diferença são muito simples.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

As vezes não consigo evitar o pensamento:

As vezes não consigo evitar o pensamento: "Por que não comigo?" E chego a pensar que alguma espécie de tragédia poderia estar contida no meu DNA, devido os momentos em que a vida por vezes é tão desinteressante, insossa e também triste. 

Mas, aí, logo sou invadida pelo meu outro lado, o que não pensa muito e deixa as coisas irem indo, fluindo. 
Esse lado B é certamente o que me mantém viva e o que manteve até hoje no caminho da busca de mim mesma, busca esta ininterrupta. Não é fácil fazer prevalecer esse lado, mas tento e muitas vezes venço. Noutras, deixo-me mergulhar em tristeza e solidão só para não sufocar com tanta consciência. Mergulho na dúvida, no que não sei sobre mim e a vida, e permito-me a não resposta de tantas coisas.
O que eu vivo, o que eu sofro, são experiências totalmente minhas e ninguém pode fazer nada a respeito. O que está feito, está, e por mais que eu gostaria de alterar alguns fatos, eles não podem ser mudados. O tempo não volta, o tempo se gasta. Não posso mudar o peso do meu passado, nem tampouco posso alterar a angústia dos dias não vividos.
Também não posso estar o tempo todo nesses dois lugares que não há nada a ser feito. O que me resta é viver o hoje, essa é a minha vida, e ela está acontecendo agora, é nesse tempo que posso fazer algo, é somente no agora que posso escrever uma melhor história. Aquele pensamento do início é substituído pela coragem de ir, sem esperar nada, somente indo. "Pode sim acontecer comigo, e vai acontecer, se eu desejar!"

★ Simony Thomazini★
Imagem de berlin, canon, and photography