sábado, 30 de abril de 2016

O amor não tem fórmulas.


O amor não tem fórmulas. Não se sabe por que se gosta de alguém. Não se olha e se decide que vamos ficar perdidamente apaixonados. Não decidimos gostar do outro porque tem esta ou aquela qualidade. Porque até é giro e bem apresentado. Gostamos e pronto. Apaixonamo-nos sem escolha. Amamos porque sim.
E quando se percebe que estamos apaixonados? Quando damos conta que afinal amamos alguém? Qual o momento? Para mim não há. Quando damos conta já caímos. Já passamos a querer aquela pessoa sempre aqui. Já temos a urgência de a saber por perto. Já não passamos sem um beijo, um abraço e um colo. Um dia percebemos que já deixámos só de achar piada e estamos perdidamente apaixonados. Que já deixámos de gostar muito e passámos a amar.

Porque se ama? Não sei. Ama-se. E nada mais. Ou tanto de tudo."
Rita Leston

O amor não tem fórmulas.

A vida é o que acontece entre dois nadas;


"A vida é o que acontece entre dois nadas; entre cortinas que revelam as máscaras, os personagens e fantasias quando fora do palco. A vida é o que escorre entre seus dedos enquanto você se prepara e se planeja; e o que escapa das suas mãos enquanto você se pergunta o que ela é. Alternância de ruídos e silêncios que a permeiam e enfeitam, a vida tem isso de papel em branco, de livro não acabado, com pitadas e rasgos de ironia; ela é a história que a gente conta e inventa, através das ilusões e mentiras, verdades e mergulhos. E, seja quão ficcional ou real ela for, a história dependerá sempre da nossa dor, dos sorrisos e laços feitos e desfeitos, do nosso fôlego ou da falta dele. Enfim, a vida é aquilo que sejamos que ela seja. E o propósito; o seu desiderato, somos nós mesmos que compomos e desenhamos, através de quem somos e do que escolhemos, de dentro pra fora, sempre. A ironia são as escolhas e os personagens que ecoam no palco de todos nós."
Guilherme Antunes.

A vida é o que acontece entre dois nadas;

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Eu sou completamente observadora.


Eu sou completamente observadora. Tudo eu percebo, um gesto, um olhar, uma palavra. Pequenos detalhes para mim já são suficientes para captar com que tipo de pessoa estou lindando e suas intenções, muitos acham que é impossível analisar alguém num simples momento, em simples detalhes, então talvez eu possua algum dom especial, pois nunca me engano. Sei quando a pessoa é sincera e generosa, sei quando é materialista, ambiciosa e falsa. 
Sei quando está sofrendo, quando está feliz, quando está ferida, quando nem está aí pra nada e nem ninguém. Sei quem me trata bem por que gosta de mim, e sei quem se aproxima com algum interesse. Sei quem fecha comigo sempre e sei que me apunhala quando viro as costas. E eu sofro com isso, é difícil olhar nos olhos de alguém e ver a mentira, a hipocrisia. É difícil sentir num comentário a indiferença, a maldade, a falta de amor e a frieza. Eu procuro tirar proveito dessa minha sensibilidade, sensitividade, como queiram chamar, procuro enxergá-la de forma a me acrescentar. É bom que perto de mim só fica o trigo, porque o joio eu detecto logo e arranco da minha vida.
_ Veronica Tosta_

Eu sou completamente observadora.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Deixa que eu me una a ti..


Deixa que eu me una a ti assim como as estrelas se deitam no céu, tal como a poesia que nos envolve e acalma a alma. És a minha inspiração e eu sinto a tua falta em todo o tempo, se eu pudesse tu estarias eternamente comigo e, na verdade tu sempre estás!
Perdoa-me se sou egoísta a ponto de te querer sempre mais, teus olhos saciam a minha sede, meu ser sente que existe um céu só para nós e a lua se tornaria a expectadora fiel, tu és o mel, o começo, o meio, o meu recomeço inteiro. Sabes que eu te amo e é por isso que tu ficas, ninguém faz comigo tudo que tu consegues. És a saciação - amor! 
( Vitor Ávila )

Deixa que eu me una a ti..

"Para melhor conhecer as pessoas,

"Para melhor conhecer as pessoas, o primeiro passo, e o mais importante, consiste em não usar a si mesmo como padrão de valor ou referência.
Para conhecer bem o outro, não é útil refletir assim: "eu, no lugar dele, agiria dessa ou daquela forma". Cada mente é única, não comparável.
Quem compreender que cada pessoa é única terá que lançar mão de outros recursos que não a introspecção para conhecer direito o interlocutor.
Para conhecer com objetividade uma pessoa é conveniente prestar atenção aos seus gestos, atos, à forma como reage em determinadas situações.
Uma pessoa se deixa conhecer pelo tipo de humor que aprecia, pelos trejeitos faciais, por suas reações quando contrariada, magoada, agredida.
Em determinadas situações podemos conhecer um pouco dos genuínos sentimentos de uma pessoa: se é empática, solidária, se sente culpa genuína.
Quem consegue olhar o outro de forma isenta funciona como um "hacker": tenta entrar em sua mente para saber como ela efetivamente funciona!"
Flávio Gikovate,
"Para melhor conhecer as pessoas,

sábado, 23 de abril de 2016

Não sei fingir um sentimento que não tenho.


Não sei fingir um sentimento que não tenho. Muitas vezes digo coisas sem pensar, as que saem diretamente do coração sem passarem pelo cérebro. Essas palavras, umas vezes lindas, outras cruéis, algumas vezes traem-me ou provam os meus enganos, mas quem não erra? Quem não amarrota um papel e depois se arrepende? Quem não fere involuntariamente alguém? Quem?
Sou assim, não sou nem poderei ser de outra forma.
Gosto da palavra dada, do compromisso sincero. O anel no dedo é-me indiferente, o que realmente conta é o valor de um sentimento.
Vivemos envolvidos numa paisagem de faz de conta, repletos de bichos e criaturas exóticas ou estranhas pessoas e venenos tamanhos, intrigas e rumores, desonestos sabores.
Vou fingir que desconheço e afastar-me dessa realidade que não dou valor e dedicar-me inteiramente à mulher que me ama e entregar-me ao amor...
J.A.


Uma mentira criada pela nossa mente.


Uma mentira criada pela nossa mente, desenhada exteriormente e praticada regularmente, torna-se numa verdade tão próxima como um ato de fé. 
Infelizmente existe neste mundo muita gente que, por constatar que têm uma vida vazia, sem objetivos ou rotas traçadas, possuem muito tempo livre, ocupando-o num interferir constante e implacável, no rumo da vida alheia.
Repetem constantemente dizendo quão belas e puras são, que têm tudo, que são muito felizes e evocam em vão o nome de Deus, como se Este lhes fosse de uso exclusivo. Como não têm mais nada para fazer, sentem-se aparentemente alegres, mas no fundo são apenas e tão só um rol de pessoas frustradas, tristes, mal-amadas, mal-fodidas, enfim são um abismo de fraca personalidade contida num cubículo inventado fora da realidade...
J.A.


quinta-feira, 21 de abril de 2016

Não quero caber no sonho de ninguém...

Não quero caber no sonho de ninguém, quero apenas viver os desajustes do meu coração.

Um dia você percebe que é sim possível criar uma vida aparentemente perfeita. Concretizar os roteiros das propagandas de margarina. É possível seguir convenções de felicidade, ser a mulher boa mãe, bem sucedida, viajada, acompanhada do príncipe encantado, porta-retratos das colunas sociais.
Mas um dia você percebe que começou cedo a corrida para conquistar tudo o que precisava, querendo sempre mais, almejando o topo, e percebe que nunca pôde ou se deu um tempo mais quieto, mais sereno, para ouvir o que fala o seu profundo, o que quer seu coração.
E se a vida te desse a chance de estar sozinha por uns dias, num lugar afastado e só seu e que você sem se preocupar com obrigações, deveres, culpas e medos, você conseguisse sentir apenas o que você quer? Se você tivesse uns dias só para você, como escolheria aproveitá-los? Como seria viver?
Acordaria e faria um café? Ficaria mais umas horas na cama? Leria um livro na varanda? Cantaria alto? Andaria nua? Dormiria cedo, assistindo filme no sofá?
Se o mundo não existisse, quem seria você?
Antes de ser a mulher, a mãe, a profissional, a que gosta de prender os cabelos, de passar esmalte vermelho, e usar sapatilha preta (ou o contrário de tudo isso)…
E se você percebesse que seu destino, aquele que está aí dentro, é mais caótico, sensível, curvilíneo do que você estava tentando construir?
O que diz sua intuição?
Aquele sentimento que aparece antes de pensar em dinheiro, em problemas, nas vontades do ego, nas comparações sociais, nas conquistas ainda não cumpridas.
Quem é essa mulher aí, com sonhos próprios, livre no sentir, que sabe deixar os sentimentos transbordarem, que se dá a liberdade de quebrar molduras para caber melhor em si mesma? Respira aliviada ao esticar as próprias asas.

E se perceber que o mundo não está nas suas mãos, que liberdade mesmo é aceitar-se inteira, imperfeita e que isso não deveria machucar ninguém: nem os outros, nem a você mesma.
É tão renovador quando a gente se permite não ter que cumprir os sonhos de ninguém, e começa a viver a própria vida por mais atabalhoada que possa parecer.
Porque nada mais apertado dos que os sapatinhos de cristal, nada mais restrito do que enquadrar o destino numa moldura pré-fabricada e nada mais chato do que agir na vida como personagem dos olhares dos outros.
Então seja a mulher do lar, do bar, do mundo, recatada, expansiva, inquieta, nua, maquiada, bela, feia, descabelada… A mulher que você quiser, desde que seja você.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Você quer um amor.


Você quer um amor. Uma paixão daquelas de tirar o fôlego e, ao mesmo tempo, acalmar o coração. Mas ela simplesmente não vem. Não aparece nem quando você está distraído, quem dirá quando está procurando. O amor não te acha, mesmo você segurando uma plaquinha "estou pronto", mesmo você gritando aos sete ventos que a sua hora chegou.

Como seria bom se a gente pudesse escolher o momento. Apontar a pessoa e pronto: pode vir buscar seu amor novinho em folha, embrulhado pra presente. Será que realmente seria melhor? Se você está na turma "da plaquinha”, com certeza deve estar balançando a cabeça pra cima e pra baixo, freneticamente, nesse momento. Agora, se você já passou pro outro grupo, com certeza deve ter a mesma coisa que eu em mente: espere.

Claro que se divertir é legal, longe de mim ser hipócrita com relação a isso. Mas por que "vestir" alguém que passou correndo pela sua vida com uma fantasia sua. Não insista, não vai caber. Quando o "seu número" chega, ele se encaixa sem esforço. Não vem ocupar nenhum espaço vago, vem inaugurar outros que você nem imaginava que existiam.

Não corra o risco de criar um amor pra satisfazer uma carência momentânea. Aquele ditadinho que "na falta da metade da laranja me contento com os limões" só vai azedar, ainda mais, a espera. Que o Cazuza me perdoe, mas amor inventado só funciona em música. Vida real pede coisas palpáveis. E, por mais inconstante que o ser humano possa ser, o amor só tem graça quando vem de graça. Quando acontece por livre e espontânea vontade.
_Fernanda Gaona_

Você quer um amor. 

terça-feira, 12 de abril de 2016

Que você consiga uma casa maior,


Que você consiga uma casa maior, mas que quase todos os cômodos fiquem vazios por sua família estar unida ao redor de uma única mesa.
Que você compre o carro dos seus sonhos, e descubra que ele pode ficar parado na garagem enquanto você caminha de mãos dadas por um parque.
Que você realize o desejo de comprar uma TV enorme, 3D, com home theater, mas que ela permaneça desligada durante o jantar, para que você possa ouvir como foi maravilhoso o dia da sua família.
Que sua conta bancária esteja satisfatoriamente recheada, mas sobretudo, que você tenha em seu bolso um ou dois reais para comprar algodão doce e saboreá-lo sujando os dedos.
Que você tenha um excelente plano de saúde, mas que se esqueça que ele existe por não precisar usá-lo.
Que você jante em badalados restaurantes para descobrir que a maior chef que existe, cozinha todos os dias dentro da sua casa.
Que sua internet trafegue em altíssima velocidade, mas que sua melhor rede seja aquela pendurada entre duas árvores, onde você possa ouvir os pássaros cantarem.
Que você tenha um smartphone de última geração, mas que não precise usá-lo para dizer às pessoas mais importantes da sua vida o quanto elas são especiais.
Que você tenha um tablet, mas que use mais as pontas dos seus dedos para fazer cafunés do que para mandar e-mails.
Que você possa comprar boas roupas, bolsas e relógios, mas que sua verdadeira marca seja a “inspiração” deixada pelos lugares por onde passará.
E que assim, conquistando tudo o que você sempre quis, você descubra que mais importante do que aquilo que você tem, é o que você faz com tudo o que conquistou.”
Desconheço autoria.


APRENDA:


APRENDA:
Uma pessoa que não comemora suas vitórias contigo, não é seu amigo. Se não suportar seu choro, menos.
Uma pessoa que te induz a brigas e desentendimentos, não é seu amigo. E se não ajudar a reconciliar você com os outros, menos.
Uma pessoa que não te olha nos olhos, não é teu amigo. E se te olhar atravessado, menos.
Uma pessoa que te induz a colocar o seu pior para fora, não é teu amigo. E, se não souber aplaudir o seu melhor, menos.
Uma pessoa que debocha dos outros, não é teu amigo. E se rir de você com eles, menos.
Uma pessoa que te xinga por você ser indiferente com o que é raso, não é teu amigo. E se não respeita sua profundidade, menos.
Uma pessoa que usa a tua aparência física para te magoar, não é teu amigo. E se o mais importante nos outros é a beleza que eles carregam, menos.
Uma pessoa que te julga não é seu amigo. E se não sabe te elogiar, menos.
Que nesta semana tenhamos discernimento para cultivar e cativar amizades e que, acima de tudo, tenhamos respeito pelo outro.
E se esse alguém te respeita, mesmo você sendo torto, cru e despreparado e não sai do teu lado por isso, esse sim você pode chamar de amigo, OK?"

APRENDA:

sábado, 9 de abril de 2016

Você faz parte do meu cotidiano..


Você faz parte do meu cotidiano mesmo que não faça mais parte da minha vida e, acredite se quiser, tá tudo bem. Não me incomoda mais, aprendi a viver com uma parte de você como parte de mim, assim, numa boa. A vida é assim, tem gente que aparece pra nunca desaparecer. E não se trata de karma ou castigo sobrenatural, é apenas um fator constituinte da nossa existência, sabe? Desde que aceitei que existem coisas que fogem do nosso controle a dor quase não dói mais – quase. Mas, acontece que, no meio de um desses devaneios sobre eu e você, tentei imaginar como seria se ainda fosse nós dois e, por um momento, essa ideia me fez desejar nunca ter te conhecido. Quer dizer, você era tão inconstante, era como andar de mãos dadas em cima de uma corda todos os dias, todo o tempo. O medo de cair era constante, fora a dor nos pés e nas pernas, que viviam cansadas. Acho que no início a emoção de ter que tentar me equilibrar era fonte motivadora, sabe? Dava aquela emoção louca, aquela sensação de nunca saber o que iria acontecer no dia seguinte – ia cair ou continuar firme? Mas cansa, além dos pés e das pernas, o coração também pede arrego. Não dá. A vida passa rápido demais pra gente viver em cima de uma corda com receio de cada passo, pra viver concentrada e medindo cada suspiro de ar com medo de cair. Ter consciência disso tudo me dá mais certeza de que a vida permite certas coisas pra você entender sobre outras e, assim, trilhar o melhor caminho. Afinal, saber o que não quero pra mim e o que não me faz bem já é um grande passo pra selecionar melhor minhas escolhas, entende? Se eu não quero uma vida inteira cambaleando em cima de uma corda bamba eu passo a desviar das cordas. Um laço tem sido muito mais atrativo.
Teca Florencio.

Imagem de Shailene Woodley, divergent, and the fault in our stars
Você faz parte do meu cotidiano

Obrigada. Sem ironia.


Obrigada. Sem ironia. Obrigada de verdade – mesmo que você não saiba muito do que isso se trate. É que hoje eu tenho um orgulho enorme de ser quem eu sou e sei que não seria metade disso tudo se não tivesse passado pelo nada que a gente foi por tanto tempo. Assisti em câmera lenta você me derrubar no chão sujo dessa cidade cheia de gente ainda mais suja. Impossível contar em quantas partes meu coração foi partido pela mesma pessoa. Infinitas, eu diria. Sem drama, afinal, o que mais aprendi com você é que a vida é isso, um levanta e cai constante. E a gente é quem tem que dar um jeito de levantar o mais limpo possível, já que, em cada queda, a roupa fica cada vez mais suja – junto com o restante do corpo. Idealizava demais, apostava todas as fichas de que esse papo de príncipe era verdade e eis que surge você. De sapo virou jacaré e me deu o bote. Engraçado como as coisas acontecem, já que, pela lógica daquele papo de carma, eu, de fato, merecia o tal príncipe. Um bom coração deveria atrair um bom rapaz, outro papo furado. Não que eu tenha virado pessimista, pelo contrário. Ainda tenho muita fé nas pessoas, mesmo que às vezes mal tenha fé em mim. Mas hoje eu sei como o mundo funciona. Não espero mais pelo príncipe e tampouco me considero princesa. Virei Rainha, sei de cada passo que dão no meu castelo e só fica nele quem aguenta e quem merece ficar. 
Teca Florencio.


Imagem de gigi hadid, black and white, and model
Obrigada. Sem ironia.

Você se diz o dono do circo.

Você se diz o dono do circo. Fica às avessas e às escuras, não aparece quando fecha o cerco. Mantém as aparências mutáveis para não se complicar. Quer as coisas estáveis, mas tenta por um motivo explicar essa adoração ao caos. Quer explicar o vazio interno com uma tenda - ou escudo - sobre sua cabeça e implicar um personagem no seu próprio eu. Personagem que comanda sua vida e faz de você um mero espectador. Se diz encantador. Não seria aproveitador? Assustador? Para mim nemtanto. E nem é para tanto. É como um parasita habitando seu hospedeiro. Simples, rápido, sorrateiro.
Uma inteligência abstrata, aliada ao nada. Um completo buraco negro. Ou precipício. Vazio de forma, ameaçando pular da plataforma, escuta uma plateia calada aos risos. Com sua agulha, costura na pele da vida linhas tortas sem destino e sem feridas. Receita placebo ao paciente. Indica tédio aos espectadores. Se indica para a cura do mal, que de mal só tem você por aqui. Se auto injeta morfina impaciente, esperando que sua dose de tarja preta de inutilidade preencha o vazio que você próprio criou em volta de si. Não se engane, tome aqui seu nariz de palhaço e seu papel de otário. À mostra, fica seu ego inflado comandando esse teatro em seu mundo de marionetes.
A sua unidade é generalizada como plural aos olhos de todos os outros.
Charmaine Olivia Evelyn:
Adicionar legenda

sexta-feira, 8 de abril de 2016

A gente aprende a cair de pé ..


A gente aprende a cair de pé para levantar mais rápido ou ficar menos tempo caída, descobre no olhar quem está agindo de má fé, quem é amado, quem precisa ser amado, quem suplica e quem multiplica. Com o tempo a gente troca as leituras do ensino médio e começa a fazer leitura da vida, não por obrigatoriedade, mas por necessidade de manter-se viva num mundo onde fica para trás quem olha muito para o passado e se esquece de seguir em frente. A vida passa num TIC-TAC acelerado então você aprende a ser dona do seu tempo e de suas vontades, a ser dona do seu nariz e da sua felicidade, com o tempo a gente diminui o barulho de fora e passa a ouvir o silêncio de dentro, com o tempo e só com o tempo, a gente aprende a ser quem a gente é, e a valorizar gente como a gente. 
(Tati Zanella)

A gente aprende a cair de pé ..

Quero alguém que me namore.


Quero alguém que me namore. Que me faça companhia, ainda que na correria das horas. Ainda que não haja o pedido. Alguém que me pergunte como, e que me diga os porquês. Que me receba e que se divida comigo. Quero que me inspire, mas que saiba quando eu preciso respirar. Que tenha paciência, mas que me queira com urgência, que me apresse, mas que saiba me esperar. Quero alguém na mesa de refeição sem hora marcada. Que surja no almoço ou, nos cafés das manhãs, dentre as minhas torradas. Alguém que me descubra, e que me cubra. Que me abrace. Que me encaixe. Que aceite os meus riscos. E que troque massagens, que não tire vantagens, que me ganhe como um amigo. Que não me deixe só, que afrouxe os nós e que manuseie o meu sorriso. Eu sei, a gente quer alguém que nos ame. Mas amor não pode ser apenas razão, tem que ser consequência. Quero alguém que me namore, fazendo amor comigo.
(Paulo Henrique Almeida)

Quero alguém que me namore.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Conversa fiada. De risos em cascata.

Abri mão da minha zona de conforto para viver um grande amor..
Depois que as lágrimas diminuíram de intensidade e frequência, depois que as músicas já não me abalavam mais, depois de tentar me convencer de que era melhor seguir sozinho para o meu próprio bem, resolvi abdicar da calmaria dos meus dias para viver uma nova história. Mas não pense você que a decisão foi simples, fácil e não me deu um medo filho da puta. Deu sim. Ainda dá. Ainda sinto um frio na barriga como se estivesse prestes a virar de cabeça para baixo em uma daquelas montanhas-russas assustadoras.
Todos os meus amigos já passaram por isso. Depois que um amor acaba, a gente sempre promete que não vai mais amar ninguém. Que não vai mais permitir que façam nosso coração de trouxa. Que brinquem com os nossos sentimentos. A gente cria um tipo de aversão aos encontros, aos reencontros. A gente fica com medo de conhecer pessoas. A gente não investe em mais ninguém, não aceita mais cantada, prefere não responder aquela mensagem que vem com segundas intenções.
Já cheguei ao ponto de jurar, prometer, de dizer com uma certeza absoluta cheia de nariz em pé que – sou feliz sozinho. Mas nunca, realmente, fui. Eu sempre precisei de alguém que me acompanhasse num cinema, num show, que dormisse comigo nos dias de chuva, que me fizesse companhia nos filmes de terror, que transformasse a fila do banco em um momento extremamente prazeroso de 
Mas não quero dizer com isso que não curti os passeios que fiz sozinho, os shows e festas que dancei até o dia amanhecer ou as vezes que abaixei o volume da TV porque a cena era assustadora demais para ver solitário no escuro. Só quero dizer que a minha companhia era suficiente demais para permanecer sozinho. Eu precisava me dividir com alguém. Precisava emprestar a alguém, o meu tempo livre, o meu coração vazio e a minha cama com espaço para dois.
Foi aí, amigo, que o amor chegou sem pedir licença. Foi entre um – sou feliz sozinho – e outro – quero me dividir com alguém – que o amor me encurralou contra a parede e me fez a seguinte proposta: do que vale uma vida calma se a monotonia do mar te faz enjoar?
Só então percebi que precisava sair da minha zona de conforto. Foi só depois que enjoei da calmaria de uma vida sem emoção, sem sentimentos, sem alguém para dividir os dias e as alegrias, que entendi que não fui feito para o silêncio, para uma cama vazia, para um fim de semana sem cinema, pipoca, beijos ou uma terça-feira sem alguém para me dizer – dorme com os anjos, mas sonha comigo. É até meio brega, eu sei, mas vou fazer o quê se isso me encanta?
Depois que o amor surgiu e me mostrou que as pessoas são diferentes, que as histórias podem ter finais felizes, decidi que era a hora de abrir mão da minha paz, para viver as surpresas que o amor me reserva. Porque amar não é nada, além disso: conviver com o surpreendente diariamente. E não, não quero dizer que isso é ruim. Só quero dizer que quando a gente decide bater o pé e não se deixar envolver, a gente sabe que vai sair e voltar para a casa com o coração vazio. Mas quando a gente opta por deixar alguém entrar, a gente nunca sabe o que vem depois do “bom dia, sonhou comigo?”.
Comente! Matheus Rocha

Conversa fiada. De risos em cascata.

O ESCUDO CONTRA O MAL.

Solicitar ajuda das forças luminosas do Universo em prol de uma dificuldade da qual não se tem nenhum controle é louvável, pois demonstra humildade”, disse o Velho, como carinhosamente chamávamos o monge mais antigo da Ordem, a um homem que veio ao mosteiro suscitar auxílio em uma situação que lhe afligia. Em seguida alertou: “No entanto, pedir auxílio para que façam o trabalho que lhe cabe, apenas revela a falta de entendimento das Leis, pois não acontecerá. A vida não endurece para maltratar, mas para ensinar. Não há privilégios, apenas lições”
Como uma tempestade que chega sem anunciar, a vida desse homem parecia, de uma hora para outra, virada ao avesso. Brigas familiares insensatas e complicações profissionais que levaram à dificuldade financeira inesperada, eram as consequências imediatas e visíveis do inferno que ele vivia em solo terreno. Com os olhos mareados, se confessou desorientado para continuar na luta. Estávamos no refeitório, os três, e eu lhes servia café com bolo de milho. O homem, de ótima aparência e muito culto, narrou que até há poucas semanas navegava em águas tranquilas pelos mares da vida. Uma família aparentemente bem estruturada; sócio de uma empresa que gerava lucros suficientes para sustentar condição material bem acima da média. Até que, em algum momento, tudo desandou.
“A vida exige movimento. Assim, te fará caminhar por gosto ou imposição. A inércia e o comodismo são ferramentas das sombras a atolar o viajante. Aos que buscam incessantemente o aperfeiçoamento do próprio ser, a vida há de ser generosa, a fornecer todas as condições necessárias para o prosseguimento de uma viagem serena”, explicou o Velho. Deu uma pequena pausa, sorveu um gole de café e prosseguiu: “Aos que se iludem eleitos dos deuses, alheios a tudo e a todos, aos que se imaginam ‘escolhidos’, não tardará o desequilíbrio sobre as situações que o sustentam. A Lei do Serviço é parte do Código Não Escrito e obriga ao trabalho e ao progresso espiritual. Crises emocionais, brigas afetivas, desavenças familiares, dificuldades econômicas ou doenças, são alguns dos instrumentos de instabilidade utilizados pelo Universo para impor novo momento de adaptabilidade diante da realidade alterada. Agora a criatura caminhará por necessidade”.
“O Caminho é muito generoso em te permitir escolher as rotas da viagem, entretanto, muito justo em elaborar as dificuldades inerentes ao trajeto. O Mestre ensinou há milênios que devemos atravessar a porta estreita das virtudes. No entanto, muitos ainda escolhem seguir pela estrada larga das vantagens indevidas. Afagam o ego em prejuízo a alma. O resultado? Após os prazeres imediatos e transitórios, anda-se em círculos por trilhas cada vez mais escuras e esburacadas. Agonia e tristeza se apresentam como companheiras de viagem”. O homem, muito sensibilizado, confessou que, de fato, não vinha oferecendo o melhor de si. Aflito, perguntou ao Velho como poderia mudar a própria vida, pois não sabia para onde seguir. O monge arqueou os lábios em um sorriso repleto de compaixão e disse: “Quer um novo Caminho? Basta mudar o seu jeito de caminhar”.
“Problemas sinalizam a necessidade de mudanças. Entenda o que você precisa transformar em si e se dedique a isto com sinceridade. Só então chegará a ajuda da esfera invisível”.
O homem argumentou que sofria muito, não imaginava como fazer e, mais, a atual situação se mostrava tão nebulosa que não acreditava ser capaz de solucionar todos os problemas sem a ajuda das forças superiores. O Velho respondeu com a voz bondosa: “O Universo não quer que você sofra, porém exige que você evolua para chegar a próxima estação. Aprender, se transformar, compartilhar e seguir são momentos distintos de cada etapa nas inúmeras existências permitidas, como escolas de sabedoria e amor”. 
O homem disse que precisava também de muita proteção, pois tudo de ruim parecia acontecer a ele naquele momento. O monge mordiscou um pedaço do bolo e falou: “Estamos sujeitos à inexorável Lei da Ação e Reação, uma das que compõe o Código Não Escrito. Ela atrai para a sua vida pessoas e situações que lhe são adequadas, não por punição, mas de acordo com o rigor necessário para o aprendizado do aluno, no mesmo diapasão de suas atitudes. O perfume da flor atrai pássaros e borboletas; o odor do esgoto chama para si os ratos e as baratas. Assim, escolhemos os que nos acompanham e definimos o destino próximo”. 
“Ninguém está fora do alcance das Leis. Os guardiões ou anjos do Universo ficam impedidos de interferir em razão da situação conflitante ser parte da lição que cabe a você. Assim, você precisa se ajudar para ser ajudado. É uma grande ilusão achar que a casa do mal é o mundo. A sua raiz está em cada um de nós, em maior ou menor intensidade, a depender da expansão de consciência individual. Acredite, ninguém lhe prejudica mais do que você mesmo. Equalizar emoções e pensamentos nas ondas de Luz, envolvendo-os com amor, para que possam se materializar em boas atitudes é a defesa mais eficaz contra o mal. Pois, cria uma abóbada de proteção energética a sua volta, a permitir a aproximação de seus exércitos com maior rapidez, permissão e poder. Como pode ver, o melhor escudo contra o mal é um coração puro”.
“Nunca lhe faltará o auxílio. Entretanto, cada qual terá a ajuda na exata medida das suas necessidades de desenvolvimento, da vontade sincera de se transformar, de semear flores para quem vem atrás. Não podemos esquecer que as dificuldades nos trazem as lições indispensáveis para o aprimoramento da alma, muitas vezes ainda bem embrutecida, necessitando de métodos rigorosos de aprendizado”. 
“Reflexões e meditações no encontro consigo próprio são ferramentas poderosas para a ampliação de consciência. Leituras auxiliam na criação de ideias e sustentação filosófica. As preces germinadas no coração são de extremo valor, pois auxiliam no equilíbrio emocional e o auxílio rogado, de algum jeito, nunca faltará, no entanto, não esqueça que santo nenhum dará os passos que cabem a você. A ajuda jamais chegará em forma de carroças repletas de ouro ou que a pessoa amada se dobre aos seus desejos. O auxílio vem através de sinais que indicam um novo sentido e aos ‘acasos’ que criam situações inimagináveis a fim de nos proteger. Ou por intermédio de intuições luminosas que indicam as indispensáveis metamorfoses da alma, as mudanças em seu sentir, pensar e agir”.
“Esta é a alquimia da vida: a transformação de sombras em luz, de dor em amor. Este é o mais precioso dos milagres e muitos nem se dão conta de que os têm na mão”. 
Como um vício moderno, o homem reclamou da situação do planeta, que está tudo errado em todo lugar e do mal que parece campear sem rédeas. O monge mirou em seus olhos com doçura e falou: “Quando lamentamos o mundo, criticamos a nossa própria situação interna. O mal é fruto das sombras que habitam cada um de nós, nossas imperfeições e dificuldades, a formar um coletivo de iniquidades. Do contrário é também verdadeiro afirmar que somos a Luz na construção do bem e na manutenção da Obra. Através dos séculos o mundo sempre foi a exata fotografia de nossos corações. Do meu e do seu. Quer mudar o mundo? Transforme a si próprio. Como? Aperfeiçoe as suas escolhas”. O homem acenou com a cabeça em concordância, mais por desconcerto do que por satisfação.
Em seguida, tornou a lamentar a própria situação e insistiu que lhe fosse dito como, de forma objetiva, poderia reverter as atuais dificuldades. “Não faço a menor ideia”, disse o Velho. Diante do olhar atônito do homem, pediu para que eu lhe servisse mais um pouco de café e explicou: “Administrar a vida alheia é muito fácil e tentador, entretanto também demonstra leviandade e arrogância. O exercício da vida, com suas dores e delícias, é a ferramenta pessoal e intransferível de que dispomos para desenvolver as asas da alma, alavancar a nossa evolução. Entenda, aceite e use adequadamente a liberdade de buscar e decidir”. 
“Apesar de nunca lhe faltar ajuda – e que sejamos claros, não para um desfecho mágico dos seus problemas, pois o auxílio não será na medida dos desejos do seu ego, mas das necessidades de sua alma, ou seja, por intermédio de condições para alterar, por si e através de si, a realidade – a parte mais importante do processo terá que ser feita por você, na ampliação de sua consciência, no burilar do coração, no desapego dos velhos conceitos. Medidas que refletirão no aprimoramento das suas escolhas”. 
Observou o homem por alguns instantes e aconselhou: “Procure o silêncio e a quietude para ficar a sós consigo. Mergulhe fundo, conhecer a si próprio é a estrada para a plenitude. Estabeleça para si mesmo cláusulas invioláveis de amor e dignidade. Perceba o que precisa ser modificado em sua vida. Absolutamente tudo pode ser diferente e melhor. Todos os sábios já fizeram isso para romper a dureza do casulo e sentir as asas da liberdade”.
O Velho pediu para unirmos as mãos e fez uma prece sentida por amor e Luz. O homem agradeceu educadamente a conversa, a oração e partiu. A sós com o Velho, falei que tinha a impressão de que o visitante tinha ficado um tanto decepcionado. “Poucos aceitam os encargos e o trabalho que lhes cabem. Todavia, se as minhas palavras forem uma boa semente, cedo ou tarde germinará”, disse o monge. Deu uma pequena pausa e finalizou: “Na verdade, as transformações exigem grandes esforços que nem todos parecem dispostos a operar. Pensam ser mais fácil rogar por um milagre, que nunca virá, pois o bom educador não faz o dever do aluno. Roga-se por socorro para que se materialize um castelo de muros altos a garantir privilégios e mordomia, quando, na realidade, a ajuda sempre chegará em forma de ponte, toda vez que existir a vontade sincera do andarilho em caminhar e atravessar o abismo”.

O ESCUDO CONTRA O MAL.

De confusão tenho o coração inteiro.

De confusão tenho o coração inteiro. Beiro a loucura nos diálogos que faço comigo antes de dormir. São tantos. Brinco de ser tudo o que eu quiser, mesmo que, na realidade, eu não seja lá muita coisa. São tantas esquinas. Tantas placas de “Pare, aqui não é o seu lugar”, que somente assim percebo como estou há anos dando voltas na mesma quadra. Meu mundo interno está interditado; confusões inundaram os melhores brinquedos do parque. Paz interior? Já ouvi falar. Muito bem por sinal. Meus dobrados são pedaços de coração, medo e saudade. Do que eu fui, do que eu nunca vou ser, do que todos queriam que eu fosse e não fui. Dividir o que eu sinto? Loucura. Ninguém entenderia. Sou página em branco ou todas páginas do mundo, de meio termo não fiz aula. Alguém com as confusões em harmonia com as minhas? Eu não iria acreditar em tamanha perfeição! Alguém que tenha paciência para ouvir as histórias que só eu sei inventar? Que saiba viver o amor que só eu sei viver? Que saiba lidar com as mais intimas das minhas confusões? Que nade com alegria nas minhas águas? Impossível! Seria luxo demais um dia alguém entender as ondas noturnas e tempestuosas que fazem barulho neste mar. É ensurdecedor. É repetitivo. É revolto até o sol nascer. Durante o dia sou maré baixa; sorriso paisagem; também estou bem; aceito um café; vou ficar em casa hoje; nos vemos amanhã. Na noite cresço, viro alto-mar, repenso o que vivo, no que mereço, inverto as prioridades e os destinos, me transformo em euforia e, sendo todo valentia, viro coragem. Como se adiantasse ser corajoso na madrugada… Sempre com algumas certezas, mas cheio de dúvidas, nunca sei o que quero. Saber o que se quer é uma pergunta muito grande para respostas tão pequenas: amor, paz, carinho, o mundo, um beijo. Essas coisas. Nada demais. Assim, beirando a correnteza, vou indo, pois logo preciso acordar e, na maior intimidade do mundo, dar bom dia para todas as minhas confusões."
 - Frederico Elboni.
De confusão tenho o coração inteiro.

QUEM NÃO É VISTO NÃO É LEMBRADO:

QUEM NÃO É VISTO NÃO É LEMBRADO :
Talvez até seja imaturidade, é verdade. Talvez seja drama, exagero ou um pouco de desespero. Talvez seja orgulho ferido ou até falta de bom senso. Tudo bem. Pode até ser. O que interessa é que agora não tem jeito. Eu vou excluir. Eu vou bloquear. Eu vou deletar você.
Maturidade nunca foi o meu forte, você bem sabe. Me entreguei ao seu sorriso em cinco segundos; não tive nenhuma precaução. Assumi os riscos. Banquei meus erros. E hoje, com a cara no chão, eu só posso dizer que os sentimentos vorazes que lhe incluíram na minha cama, nos meus lençóis e nas minhas redes vão lhe excluir do mesmo jeito: de supetão.

Pouco importa que você me ache infantil e venha com esse lengalenga de manter uma boa relação. Maturidade para mim é me blindar de você. É zelar pela minha autoproteção. É excluindo você do meu raio de visão que eu vou deletar suas mentiras dos meus pensamentos e da minha falta de razão.
Eu não vou pagar com o meu bem estar por essa maturidade forjada. Eu vou te bloquear para evitar que a tua fraqueza também seja capaz de ora ou outra me abalar. Eu vou te deletar porque mamãe sempre diz que quem não é visto não é lembrado e tudo o que mais quero, acredite, é não lembrar. Sim, eu vou te deletar.
eduarda costa
QUEM NÃO É VISTO NÃO É LEMBRADO:

domingo, 3 de abril de 2016

De confusão tenho o coração inteiro.

De confusão tenho o coração inteiro. Beiro a loucura nos diálogos que faço comigo antes de dormir. São tantos. Brinco de ser tudo o que eu quiser, mesmo que, na realidade, eu não seja lá muita coisa. São tantas esquinas. Tantas placas de “Pare, aqui não é o seu lugar”, que somente assim percebo como estou há anos dando voltas na mesma quadra. Meu mundo interno está interditado; confusões inundaram os melhores brinquedos do parque. Paz interior? Já ouvi falar. Muito bem por sinal. Meus dobrados são pedaços de coração, medo e saudade. Do que eu fui, do que eu nunca vou ser, do que todos queriam que eu fosse e não fui. Dividir o que eu sinto? Loucura. Ninguém entenderia. Sou página em branco ou todas páginas do mundo, de meio termo não fiz aula. Alguém com as confusões em harmonia com as minhas? Eu não iria acreditar em tamanha perfeição! Alguém que tenha paciência para ouvir as histórias que só eu sei inventar? Que saiba viver o amor que só eu sei viver? Que saiba lidar com as mais intimas das minhas confusões? Que nade com alegria nas minhas águas? Impossível! Seria luxo demais um dia alguém entender as ondas noturnas e tempestuosas que fazem barulho neste mar. É ensurdecedor. É repetitivo. É revolto até o sol nascer. Durante o dia sou maré baixa; sorriso paisagem; também estou bem; aceito um café; vou ficar em casa hoje; nos vemos amanhã. Na noite cresço, viro alto-mar, repenso o que vivo, no que mereço, inverto as prioridades e os destinos, me transformo em euforia e, sendo todo valentia, viro coragem. Como se adiantasse ser corajoso na madrugada… Sempre com algumas certezas, mas cheio de dúvidas, nunca sei o que quero. Saber o que se quer é uma pergunta muito grande para respostas tão pequenas: amor, paz, carinho, o mundo, um beijo. Essas coisas. Nada demais. Assim, beirando a correnteza, vou indo, pois logo preciso acordar e, na maior intimidade do mundo, dar bom dia para todas as minhas confusões.
 - Frederico Elboni.
De confusão tenho o coração inteiro.

Em que silêncio tens procurado?

Antes de dizer à vida o que queremos, importa escutar o nosso íntimo, para que, em silêncio, o coração e a razão nos indiquem o sentido que escolheriam para a nossa vida.
Há o silêncio da coragem daquele que luta, mas está em paz... e o silêncio da derrota daquele que se cala, cultivando ódios e fermentando vinganças, a propósito de maldades que, tantas vezes, nem sequer existiram...

Há o silêncio da contemplação e o do desprezo...
Há o silêncio dos segredos e mistérios, e o silêncio onde tudo se descobre...
Há o silêncio em que com alegria se espera, e aquele em que se desespera, numa angústia onde a ansiedade semeia pesadelos e dores…
Há o silêncio da pureza que se guarda para o momento certo e o silêncio de quem, arrependido, empregou a sua pureza no tempo errado...
Há o silêncio de quem se esforça, o de quem descansa, mas também o de quem finge...
O silêncio é a luz das grandes obras. Só quando nos fazemos pequenos podemos compreender a grandeza do que nos ultrapassa. Só o silêncio permite que vejamos com atenção. Admirando como quem escuta.
Notas soltas não são melodia... É preciso calar as inutilidades se se quer chegar mais fundo. É tão heroico dizer o que se deve, quando se deve, como é calar o que não acrescenta nem faz bem algum.
Estamos aqui de passagem, mas com o dever de fazer algo com sentido. Só no silêncio da fé se abraçam a paixão e a razão.
Há quem viva uma vida inteira sem nunca querer saber a verdade… um dia de cada vez, como se pudesse começar e acabar quando lhe parece bem... mas escolher uma vida assim é como decidir coser sem linha.
Há um silêncio em que tudo se entrelaça, em que se desfazem os nós, se fecham as feridas e se cosem todos os pedaços... tecendo um eu, inteiro... uma obra perfeita, cheia de imperfeições.
JOSÉ LUÍS NUNES MARTINS.
Em que silêncio tens procurado?