domingo, 25 de setembro de 2016

Após longo combate do amor para sobreviver,

" Após longo combate do amor para sobreviver, morreram. E então, fez-se silêncio. Silêncio árido, denso, amargo; daqueles de enlouquecer os feridos. Aquele silêncio de cemitério, de campo de batalha em que viveram suas mágoas e trincheiras. Eles resistiram e se carregaram, até abrirem mão. Não se sabe se sucumbiram ou se renderam a este silêncio. Silêncio de não mais ver os olhos e de não saber da pele. Cobranças cortaram, lembranças traíram, nas noites se odiaram e na manhã refizeram-se, mas não puderam, não aguentaram. E quando menos esperavam, quando aguardavam o perdão e a renúncia dos erros num amanhã ilusório de paz; tombaram de exaustão, sem fôlego, de solidões partilhadas e interrogações infindáveis. Morreram sem saber viver; viveram sem saber amar. Acreditaram sem poder seguir. Pela gastura dos laços e dos frágeis alicerces da relação, um mero sopro os derrubou. Um tropeçar ingênuo que os atirou ao precipício. Uma farpa qualquer que os rasgou em sangue o peito.
Quando mentira foi uma verdade imprevisível, morreram de sopro no coração. "
__ Guilherme Antunes.__ 

sábado, 24 de setembro de 2016

É muito triste perceber..

É muito triste perceber que perdemos um amor por falta de alimento!
Ao deixarmos de alimentar alguém com nossos carinhos e atenção,e alimentarmos apenas os nossos egoísmo e arrogância,estamos sendo cruéis e vaidosos!
E assim vamos deixando rastros de muitas frustrações e tristezas que se acumula no intimo das pessoas,e nem percebemos no amor que vai se fundindo.
E não percebemos mesmo!
Mas ele da sinais sutis,ele grita calado,ele vai diminuindo as suas emoções cada vez que falamos de nossos sonhos,planos e de tudo que era nosso mas que ainda pensamos que é. ..
Mas acabou!
Mas so você só não percebeu! porque o alimento que você oferecia não tinha nutrientes o bastante para manter um corpo e uma alma em perfeita harmonia para fortalecer um amor sólido e feliz.
Só se perde um amor quem finge ser bom e correto ao oferecer água de torneira por falta de coragem de ir até fonte.

NICOLAS

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Sinto a brisa leve bater no meu rosto ...

Sinto a brisa leve bater no meu rosto ao lembrar de um oceano em minha vida. O seu toque agora é o sopro invisível do céu e quase não consigo mais imaginá-la na forma real, humana, coberta de pele. Eu vi você se esvair para um lugar distante do horizonte, lento e paciente. Você sempre foi assim, tranquilo sobre tudo, a calma em pessoa, e eu sempre fui assim, observador e paciente com a sua paciência. Nós nos dávamos bem, quase sempre sem precisar dar um respiro profundo em alguma discussão. Você me deixou assim, fez minha respiração aquietar-se e pôs a mão no meu peito. Molhou meus pés e enxugou minha alma, e ainda animou-se a colocar meu corpo no varal em pleno vendaval. Eu nem pedi por isso. Eu nem sequer lembro o que eu pedi, mas com certeza não foi algo assim. Eu não conseguiria imaginar algo tão bom. Eu não sei quando, mas eu cheguei em casa, coloquei as duas sacolas da compra na mesa e sentei no banco. Tem um espelho no corredor, foi para ele que olhei no caminho à cozinha. Eu estava sentado por isso. Me vi de cabelos molhados, roupa ensopada, e não havia chovido. Uma onda forte ou não, não percebi. A água alcançar meus pés, joelhos, o mar subir cada vez mais e eu me sentia coberto de felicidade. Eu não sentia falta de ar, pelo contrário, eu ganhava mais. Eu tinha fôlego, talvez a primeira vez, para viver. Você levou de mim aqueles porta-retratos sem rostos pregados na minha cabeça, aquela dor que pressionava sem parar, o sofá atrás da minha testa que eu sentava com alguém cujo rosto você levou e ainda conseguiu lavar aquela poeira dos meus olhos. Você levou um pouco de tristeza, e deixou um pouco. E a água se esvaiu com uma calma de forma tão bela que quase não doía, ficando abaixo da minha cintura e o frio começando a substituir aquele espaço antes preenchido por completo por você. Não liga se você ainda ver um pouco d'água sair dos meus olhos, é apenas o resto do mar que você deixou. Está tudo bem, é normal."
 {Danilo Cezar}

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Sentada ao almoçar, observo...

Sentada ao almoçar, observo que assim como em minha mesa, há várias mesas de quatro lugares, sendo ocupadas por apenas uma pessoa. Dizem que a hora de nossas refeições são as mais importantes e me questiono, por que estamos sozinhos? Tantos rostos que passam por mim pelas ruas, rostos cansados pedindo um lugar pra sentar, rostos tristes pedindo um colo pra deitar, rostos felizes pedindo alguém para comemorar. Quando anoitece, vejo através da minha sacada as luzes da cidade, luzes distantes, pequeninas, que representam janelas, carros, pessoas e eu estou aqui, mais uma noite em um quarto repleto de coisas que o fazem ser mais vazio. A gente se esbarra, mas não se toca; se abraça, mas não se sente; se curte, mas não se ama. A gente é sozinho e por pura opção!

Vivemos num mundo onde..

Vivemos num mundo onde a maioria das meninas foram mimadas e forçadas a acreditar que não precisam fazer nada da vida além de se maquiar e postar foto no instagram.
Sabem que vai ter um príncipe feministo que vai bancar elas, pagar pra alguém cozinhar, comprar roupas, bancar as contas, e mesmo assim vai continuar acreditando que ela é feminista mesmo sendo uma total inútil bancada por um macho ( só expressão, feministo não é homem ou macho).

Hoje você homem deve saber cozinhar!, deve saber lavar sua roupa, mas se você pedir para uma mulher que saiba fazer essas duas coisas apenas porque você acha que é uma obrigação tanto do homem quanto da mulher, você será taxado de machista opressor.
Eu pensei que o feminismo lutava contra isso, mas pelo visto só luta quando convêm.Quando a feminista é bancada pelo macho porque ela quer, ai o o machismo nesse ato desaparece como passo de mágica.
Enfim, não ligo de ser taxado de machista por essa raça inútil de mulher que pensa assim, mas se você liga, ta na hora de parar de ligar...

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Nem sempre a gente tem algo a dizer,

Nem sempre a gente tem algo a dizer, nem sempre a gente quer se fazer escutar. Às vezes, só queremos proteger as nossas feridas, bater a porta contra quem quer que seja que insista em nos machucar. Nem sempre a gente quer ter razão das coisas, sair vitorioso, porque algumas disputas não valem de nada depois que se perde o motivo que nos movia a lutar. Às vezes, só queremos não mais ouvir, não mais olhar, preferimos perder a noção das coisas para não ter a noção de onde elas foram parar. Nem sempre a gente quer sair por cima, às vezes a gente queria até ser menor pro golpe não ser tão baixo, às vezes a gente só queria poder evitar. Eu tenho aprendido todo dia que nem sempre é suficiente ser bom pro outro, porque o outro só recebe aquilo que é capaz de carregar. Eu tenho aprendido todo dia que algumas pessoas são fracas demais pros nossos pacotes completos, elas só nos amam até onde conseguem nos filtrar. Eu tenho aprendido todo dia que nem todo amor é o bastante para nos proteger do risco, algumas pessoas vão preferir simplesmente não amar. E não há o que fazer. Às vezes a cama que a gente repousa se torna o mar dos nossos piores espinhos. A regra é se cobrir de curativos. E nadar. Mas a gente aprende. Aprende que nem sempre quer dizer que o sentimento nunca tenha existido, mas que isso não é suficiente para alguém que prefira tripudiar. A gente aprende que é preciso viver o fim, mesmo que o outro ainda viva a briga. Aprende a não discutir, a deixar o outro falar. Aprende que dizer adeus talvez seja a única coisa que nos salve. Que seguir em frente é melhor que se prender numa história que não vale a pena retrucar.
A gente aprende a quando parar, a gente aprende a pontuar a vida. É o mais triste papel do ser humano, parar o relógio das histórias que não devem mais continuar. 
(Paulo Henrique Almeida)



A vida não é, nem nunca foi feita um arco-íris, como sonhávamos que fosse.
Em nossos silêncios, sorrimos, fingindo tudo estar bem. No entanto, estamos mentindo, nos evitamos. 
Não devíamos ter dito palavras que nos afastaram, deveríamos ter falado mais dos nossos sonhos, do quanto nos amamos e respeitamos, precisávamos ter focado tão somente em nós. 
Cada vez nos lembramos menos de nós, direcionamos nosso sentir naquilo que pensamos ser prioridade. 
O que restaram das cartas de amor?
O que restaram dos poemas que te escrevi?
O que resta daquele nosso olhar de cumplicidade, que acredito não estar extinto?
Será que não temos mais o direito de recomeçarmos e acreditarmos? Quando tudo indica que temos todas as vantagens, para sermos um só?
Mais uma tarde que finda, o céu escurece, chega a hora do beijo de despedida. Pedirei à lua, para te iluminar. Falarei para as estrelas te abraçarem, 
como se fosse um abraço meu. Incumbirei a brisa, para sussurrar meu nome.
Quando amanhecer, o sol te dará bom dia, dando um beijo meu, no teu rosto.
O orvalho matinal estará embriagado com meu perfume.
Meu mundo inteiro cabe em ti, e pergunto-te:
O que estamos esperando para sermos felizes? Que seja tarde demais?
(Peter Pires)